Adriana Esteves

Adriana Esteves
Nossa Estrela

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Entrevista - Real Beleza - 17 de dezembro de 2013

Adriana Esteves de volta às telas

Atriz interrompe pausa pós "Avenida Brasil" para atuar em filme no Estado

 

 Marcelo Perrone

O convite irrecusável. Adriana Esteves esperava por um para decidir encerrar a pausa que se autoimpôs para desencarnar de um dos mais fascinantes e intensos personagens, não só da sua carreira, mas de toda a teledramaturgia brasileira: Carminha, a vilã da novela Avenida Brasil


A atriz filmou no Rio Grande do Sul Beleza, novo longa-metragem de Jorge Furtado, no qual contracena com seu marido, Vladimir Brichta, e com um colega por quem tem muito carinho, Francisco Cuoco. Adriana, que comemorou no set instalado em um casarão na zona rural de Três Coroas seus 44 anos, dia 15 de dezembro, encarou novamente a câmera após mais de um ano:


 Terminei de gravar a novela em outubro de 2012. Fiquei realmente esgotada, com as emoções à flor da pele, tudo o que eu tinha para oferecer foi dado. Não conseguiria fazer nada antes deste tempo. O engraçado é que é difícil voltar. Parece que tenho de aprender a andar de novo. Ainda mais no cinema, que tem um outro ritmo, que eu não domino tanto.



           O apelo familiar e afetivo da produção, diz ela, ajudou

 Eu tinha muitos convites, mas não estava preparada, não me sentia motivada. Minha maturidade profissional exige que eu saiba recusar coisas que eu não quero ou não consiga fazer. Mas esse convite me motivou. Tinha muita vontade de trabalhar com o Jorge Furtado. O Vladimir e muitos amigos admiram o trabalho dele. O Jorge chamou primeiro o Vladimir. E daí veio a surpresa, dias depois, quando me convidou também. Fiquei assustada, porque era um convite irrecusável. Eu ia ter que voltar.
Beleza é o quinto longa de ficção de Jorge Furtado, que finaliza também o documentário O Mercado de Notícias. E é o primeiro drama do diretor. Com locações em Garibaldi, Três Coroas e Porto Alegre, Beleza incorpora a sua trama a fama do Estado como celeiro de jovens modelos que seguem carreira internacional. Vladimir Brichta vive o fotógrafo de moda João, que, em crise profissional e existencial, procura candidatas a top model no interior gaúcho. Acaba se encantando por Maria (a estreante Vitória Strada), adolescente que tem dúvidas sobre ser essa sua vocação. O caça-talentos acaba se aproximando dos pais da garota, Anita (Adriana) e Pedro (Francisco Cuoco). Mas a atração que surge entre Anita e João acaba por tensionar a situação.

– Uma coisa que me agradou muito também foi a filmagem ser praticamente na ordem cronológica da história. Isso foi uma bênção, pois me permitiu ir esquentando para chegar ao final do filme mostrando o amadurecimento da minha personagem – destaca Adriana.  

Coprodução da Casa de Cinema de Porto Alegre com a Globo Filmes, Beleza tem previsão de estreia no final de 2014, após o período de eleições.

 

                           ENTREVISTA

Em seu último dia no set do longa-metragem Beleza, dia 17 passado, Adriana Esteves conversou com Zero Hora pouco antes de filmar, em Três Coroas, o desfecho da história que marca sua volta ao trabalho como atriz. Confira trechos da entrevista: 

  Zero Hora – Você tem projeto para voltar à televisão?
Adriana Esteves
 – Nada. Este filme está sendo bom porque o Jorge me fez ter a coragem de voltar a trabalhar. Avenida Brasil me monopolizou demais, demais, demais... Você não dorme direito, não come direito, é só trabalho. Quando topei fazer Avenida Brasil, o (autor) João Emanuel Carneiro me mandou a sinopse e disse que ainda não sabia que personagem eu ia fazer. Depois, ele perguntou qual eu queria, e eu disse: "Todos, inclusive os masculinos". Eram muito bem desenhados. Para todo mundo ali fazer um próximo trabalho foi difícil. 

ZH – Não existe pressão da Globo para você voltar às novelas?
Adriana –
Este ano não teve, mas não sei se vai começar a ter (risos). Eles tiveram um cuidado grande comigo, me deixaram descansar. Sou tão focada no que estou trabalhando que agora só penso no lançamento do filme. Novela, pra mim, só em 2015.

ZH – O que lhe interessou em sua personagem em Beleza, a Anita?
Adriana –
Uma coisa que me emocionou muito foi a oportunidade de trabalhar com o Francisco Cuoco. E tem essa coisa da diferença de idade, da mulher casada com um homem bem mais velho e que acaba tendo um romance, se sentindo viva com um homem mais jovem que visita a cidade. Eu acho que tem um clima de As Pontes de Madison. E a Anita não é a típica mãe de miss. Ela não quer frear a evolução da filha, mas também não é tão encantada com aquilo.

ZH – Você começou a carreira muito jovem. Este sonho das meninas em ser modelo lhe é familiar?
Adriana –
Vivi muito isso de perto. Mas tenho a impressão de que no Rio é diferente daqui do Rio Grande do Sul. Lá o sonho da menina de 12 anos não é ser modelo, mas ser atriz.

ZH – Você acompanha a repercussão de Avenida Brasil fora do país?
Adriana –
Esses tempos, fui passear no Chile com meus filhos. Avenida Brasil estreou lá nos últimos cinco dias dos 15 que ficamos. Meu filho maior veio me dizer que era para a gente ficar no hotel porque já tinha gente me reconhecendo na ruas. E era só o comecinho da história. A novela poderia dar certo no Brasil e não em outros países, por causa de diferenças culturais, mas está sendo um grande sucesso lá fora também. 


ZH – Seus filhos (Agnes, 16 anos, enteada, filha do primeiro casamento de Vladimir Brichta, Felipe, 13, fruto do casamento com Marco Ricca, e Vicente, 7, com Vladimir) assistiram à novela?
Adriana
- Eles não veem muita TV, têm a agenda escolar cheia e dormem cedo. Mas sentiram a repercussão. No futebol, falavam para o Vicente: "Passa a bola, Carminha". Agora, tenho mostrado para ele a reprise de O Cravo e Rosa no Vale a Pena Ver de Novo. Essa ele pode ver (risos).

ZH – Você tem acompanhado este bom momento das comédias populares brasileiras nos cinemas?
Adriana –
Alguma coisa eu curto, não deixo de me divertir, mas não é o que mais tenho sentido vontade de ver no momento. Acho que o último filme que fiz, Trair e Coçar É Só Começar, tinha outra pegada, era uma peça muito respeitada que foi roteirizada a pelo próprio autor, o Marcos Caruso. Até falei para Jorge que agora eu quero fazer uma comédia com ele. Gostei muito de fazer Beleza. Parece utópico, mas gente não cansa de comentar como é bom trabalhar com Jorge e com o pessoal da Casa de Cinema de Porto Alegre. As pessoas são calmas, educadas, falam um tom abaixo, cumprem horários. Estou tão acostumada com a correria que, no primeiro dia que cheguei aqui, estranhei. 

Nota me passada por Mariana Aparício - (23 anos) - Lisboa (Portugal) - Sócia Fã desde Kubanacan (2003)


 

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