Adriana Esteves

Adriana Esteves
Nossa Estrela

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

(Cinema) Canastra Suja 2016


 
Inspetor Faustão e o Malandro
 As Meninas
Tiradentes
O Trapalhão e a Luz Azul
Minions
Benzinho
Marighella 

Medida Provisória

Paixão Cinema/Teatro 



Novembro 2020
15




Canastra Suja no Canal Brasil - 18/12 às 22h 

Canastra Suja disponível no Now da Net

Oscar 2019 | Veja a lista de 22 filmes que disputam indicação pelo Brasil

Secretaria do Audiovisual seleciona 18 ficções e 4 documentários

A Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura, anunciou a lista de 22 filmes brasileiros que disputarão por indicações ao Oscar de 2019. Dos selecionados, que podem ser vistos abaixo, 18 produções são ficções e 4 são documentários. Confira:
  •  Além do Homem, de Willy Biondani
  • Alguma Coisa Assim, de Esmir Filho e Mariana Bastos
  • O Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida
  • Antes que Eu Me Esqueça, de Tiago Arakilian
  • Aos Teus Olhos, de Carolina Jabor
  • As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra
  • Benzinho, de Gustavo Pizzi
  • Canastra Suja, de Caio Soh
  • Como é Cruel Viver Assim, de Julia Rezende
  • Dedo na Ferida, de Silvio Tendler
  • Encantados, de Tizuka Yamasaki
  • Entre Irmãs, de Breno Silveira
  • Ex-Pajé, de Luiz Bolognesi
  • Ferrugem, de Aly Muritiba
  • Não Devore Meu Coração!, de Filipe Bragança
  • O Caso do Homem Errado, de Camila de Moraes
  • O Desmonte do Monte, de Sinai Sganzerla
  • O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues
  • Paraíso Perdido, de Monique Gardenberg
  • Talvez uma História de Amor, de Rodrigo Bernardo
  • Unicórnio, de Eduardo Nunes
  • Yonlu, de Hique Montanari 
Que maravilha!!!! Estou duplamente orgulhosa de você, Adri!!!
Taís Almeida - Adm. 
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Agosto
24

#canastranocinema
 
 
Não recomendado para menores de 16 anos
 Mural dos Fãs

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Agosto
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Julho
7
 


  Críticas

Canastra Suja

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Julho

8

 

A Ótima Safra do Cinema Nacional – E Por que o Público Não Comparece?

Leia também a matéria completa no Post - Paixão: Cinema/Teatro


Os grandes filmes, chamados blockbusters, também não são culpados da padronização, já que é o público o responsável por moldá-los. Se algo dá certo, o mercado irá se voltar para isso e a produção deste conceito irá aumentar. É claro também que os realizadores aos poucos vão imprimindo nas obras certas ideias e expressões para ir moldando o público e ampliando assim sua visão, o reeducando. Aos poucos o espectador casual começa a assimilar certos aspectos cinematográficos, estilos artísticos – seja de roteiro ou narrativa e parte técnica – e a aumentar seu paladar para novos sabores. Na infância, temos certeza de gostar somente de um tipo de comida e com o passar dos anos, na fase adulta, somos despertados para outros tipos de pratos que podem ser igualmente saborosos.

Em resumo, o sucesso ou fracasso de uma obra cinematográfica está ligado a diversos fatores – muitas vezes que sequer dizem respeito a sua qualidade artística. O que devemos tirar disso é a ampliação de nossos horizontes, dar chance a outros tipos de filmes, aos quais não estamos acostumados, pois sair de nossa zona de conforto – como espectadores – é muito importante para o crescimento e uma lição a se levar para a vida.
O cinema nacional goza atualmente de uma de suas melhores fases, produzindo obras de temperos diversos e muitas tentativas de gênero. Nunca nosso cinema esteve tão bem visto lá fora, representando bem o país em festivais internacionais, dificultando a escolha dos especialistas por uma lista justa dos melhores. Este ano não foi diferente, e tivemos filmes como Aos Teus Olhos, As Boas Maneiras, Paraíso Perdido, Berenice Procura, Tungstênio, Além do Homem e Mulheres Alteradas – só para citar os mais recentes ainda em cartaz. Canastra Suja, o mais injustiçado do lote, chega como cereja no topo do bolo.
Ou seja, procurem filmes diferentes, saiam da rota do esperado, ampliem suas mentes, abracem o inusitado e celebrem os filmes nacionais.


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2018
Outubro
19

Julho

4






 

Ultrarrealismo e tragédia

A proposta de Canastra Suja carrega certa dose de risco. Ao filiar seu filme a uma estética realista, que faz da câmera na mão e dos planos longos artifícios fundamentais para a construção de uma tensão subjacente, sempre prestes a explodir, o diretor Caio Sóh periga soar ultrapassado, repetidor de escolhas visuais de impacto no cinema brasileiro até a década passada, mas, hoje, já diluídas em séries e minisséries da televisão aberta.  

Ao contar a história de uma família do subúrbio carioca em degenerescência, ele arrisca duplamente: por remeter de alguma forma a toda uma tradição do cinema social originário no neorrealismo italiano — e há nessa equação obras-primas do peso de Rocco e Seus Irmãos (1960) — e por flertar com um cinema latino-americanorecente, que frequentemente aposta na exploração extrema das misérias humanas.

Daí ser admirável a integridade que Sóh consegue imprimir a Canastra Suja. Em parte, ela vem já do plano que abre o filme, no qual uma câmera subjetiva, convidada por Pedro (Pedro Nercessian), adentra a casa de sua família. Nesse momento inicial, é como se o protagonista, num gesto metalinguístico, trouxesse o espectador para a intimidade dos personagens, autorizando-o a espiar sem pudores o estado de decomposição em que se encontram. No entanto, o diretor retoma o mesmo plano na conclusão da narrativa, revelando a existência de uma identidade específica por trás daquele olhar subjetivo, a princípio atribuído genericamente à plateia: Batista (Marco Ricca), o chefe da família que protagoniza Canastra Suja, reintroduzido no lar após ser inocentado de uma acusação terrível e injusta. Trata-se da passagem do mero desejo voyeurístico, que poderia tornar o filme uma espécie de exploitation miserabilista, ao impulso humanista, à adesão aos dramas de homens e mulheres que se aproximam muito da concretude.

E de fato esse interesse absoluto pelos personagens atravessa Canastra Suja. A atenção que Sóh dedica a cada pequeno gesto, a cada componente das personalidades de Pedro, Batista, Maria (Adriana Esteves) e Emília (Bianca Bin), é fundamental para o estabelecimento de uma relação com eles calcada muito mais na cumplicidade que no juízo de valor — caminho bem mais fácil de ser seguido, considerando a estupidez recorrente dos atos do quarteto. Em razão dessa empatia criada pelo diretor, a predisposição dos personagens à autodestruição se torna crível e dolorosa, indo muito além de um artifício de roteiro para causar impacto. Nesse sentido, cenas de explosão dramática como a do embate físico entre pai e filho ou a do grito desesperado da matriarca remetem muito mais, novamente, à tragédia familiar devastadora de um Rocco e Seus Irmãos que ao sensacionalismo dos filmes de Michel Franco ou Pablo Trapero, por exemplo.

Aliás, essa proximidade com a obra-prima de Luchino Visconti também existe na estrutura narrativa, em que cada capítulo é dedicado a um membro da família (em Rocco e Seus Irmãos, os títulos se referem aos nomes dos irmãos, em Canastra Suja, a uma carta de baralho que remete aos personagens), e na conjugação entre realismo e tragédia. Sóh manipula muito bem os elementos mais clássicos do drama, fazendo uso preciso deles quando necessário para levar a história além da mera observação cotidiana, introduzir nela mais substrato factual. É o caso do epílogo do filme, alicerçado sobre um acontecimento dramaticamente explosivo, que, disfarçado de culminância da degradação humana observada até ali, não deixa de fazer bastante sentido. 

Em seguida, no entanto, visando à cumplicidade anteriormente citada, o diretor dá um passo atrás, por meio de um Deus Ex-Machina (habilidosamente justificado na escolha da carta curinga como título do último capítulo) que, considerado o desenvolvimento dos personagens, também soa verossímil.

Canastra Suja só desliza em breves momentos de excessiva autoconsciência, nos quais Sóh busca, através da ironia, explicitar comentários mais políticos: a segunda, e desnecessária, cena com Emílio Orciollo Netto e partes da longa sequência na casa do personagem de Milhem Cortaz. Em ambas, o diretor torna muito literal o esforço para comentar a hipocrisia das elites brasileiras, que não é exatamente o tema do filme. Funciona como um adendo, talvez meio culpado, à representação de pessoas pobres como degradadas, decadentes. É justo, mas compromete a coesão de uma narrativa quase impecável — encerrada com um belo momento agridoce, que reforça a visão, essa sim presente ao longo de todo Canastra Suja, da família como uma forma de maldição da qual por vezes parece impossível escapar.

Wallace Andrioli - Historiador, pesquisador e crítico de cinema apaixonado pelos filmes de Alfred Hitchcock, Billy Wilder, Clint Eastwood, Edward Yang e Wong Kar-Wai.


Adoro Cinema
Batista (Marco Ricca) e Maria (Adriana Esteves) formam um casal que, aparentemente, é muito feliz em seu casamento. No entanto, a verdade é que as aparências enganam e muito; no fundo, Batista, um alcóolatra inveterado e Maria, que tem um caso com o namorado de sua filha mais velha, Emília (Bianca Bin), representam uma família que está à beira da ruína. 

Canastra Suja - Adoro Cinema

Não é fácil segurar o espectador na poltrona por duas horas diante de um drama brasileiro. Roteirista e diretor de Canastra Suja, Caio Sóh consegue a façanha, graças às ótimas atuações, aos diálogos poderosos e a uma trama de segredos entranhados numa família de classe média baixa do Rio de Janeiro. Bianca Bin e Adriana Esteves são a primogênita e a esposa de Batista (Marco Ricca), um manobrista alcoólatra. No mesmo núcleo encontram-se a caçula autista (Cacá Ottoni) e o filho marrento (Pedro Nercessian). Entre discórdias e traições, há muitas reviravoltas. Direção: Caio Sóh (Brasil, 2018, 121min). 16 anos.

Veja Rio


Filmaço e o elenco está fera, vendo novamente se pega detalhes, monta o quebra cabeça que, vendo pela 1ª vez nem sempre se pega! E quero comprar em DVD quando sair. Também adorei ver fotos dos bastidores que foram mostrados nos créditos, acho que não vi quando foi exibido na Mostra de SP.

Dica pra galera da produção do filme, elenco, e público que ama o Cinema Nacional - Batalhem na divulgação! Mas batalhem com força e com muito orgulho e amor pelo trabalho realizado pra que possamos levar cada vez mais número de pessoas às salas de cinema de FILMES NACIONAIS - em especial nos filmes no estilo de Drama e Suspense. Falo isso por amar demais cinema desde meus 2 anos de idade (minha 1ª ida ao cinema foi pra assistir E.T - O Extraterrestre - mas minha mãe sempre me levava ao cinema durante toda minha infância pra ver filmes infantis - sejam nacionais ou internacionais - até eu poder ir sozinha com amigos e até mesmo sozinha, porq jamais deixo de assistir a um filme que quero muito por falta de companhia. Mas as divulgações dos filmes nacionais têm que ser mais intensificadas.....  Os filmes são bem feitos com elenco brilhando, mas a realidade do Cinema Nacional nossa é bem triste 😓😓😓😓😓

Taís Almeida Cardoso - Administradora

  Pré Estreia - Rio de Janeiro (19 de junho de 2018)


 

  Vídeo enviado por
Yasmin Andrade  - Goiânia (GO)

  Mural dos Fãs

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Julho

27

 

19

 

Adriana Esteves lança novo filme e comenta: 'Tenho um prazer muito grande em apresentar mulheres diferentes'

Atriz, que brilha como Laureta em 'Segundo Sol', vive a mãe de uma família repleta de conflitos no longa 'Canastra Suja', que estreia nesta quinta-feira, 21/6


 


Canastra Suja no FICA (Festival Internacional Colaborativo Áudio Visual)

2 de dezembro de 2017





Trailer Oficial


Montagem feita por Caio Sóh 
Festival FICA- 2 de dezembro de 2017

Filme estrelado por Adriana Esteves e Marco Ricca terá primeira exibição no Rio







O filme “Canastra Suja”, de Caio Sóh, fará a sua primeira exibição no Rio de Janeiro no próximo sábado (2), às 20h30, no FICA (Festival Internacional Colaborativo Audiovisual), no ODEON.
A produção, prevista para chegar ao circuito comercial em 2018, tem sua história protagonizada por Adriana Esteves, Marco Ricca, Bianca Bin, a Clara de “O Outro Lado do Paraíso”, Pedro Nercessian e Cacá Ottoni.
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40º Mostra de Cinema de São Paulo 2016
Com a fofura Bianca Bin
É amanhã (29/10/16) - Canastra Suja tem sua estreia na Mostra!! E eu estarei lá, garantindo minha presença em prestigiar esse filme que está sendo muito elogiado pela crítica e, claro, o trabalho da minha LINDA Adriana e do Marquinho!


  
 FILME MARAVILHOSO! Tive o privilégio de assisti na Mostra e AMEI! O filme é repleto de cenas tensas tanto quando os personagens estão interagindo uns com os outros quando cada personagem está em seu momento individual. TODOS os personagens têm função fundamental pra todo o enredo. Há muitos momentos de suspenses nesse drama focado numa família simples e, que aparentemente, se respeita. A relação conturbada só é mostrada logo no início entre o filho com o pai - dos demais, parece que está tudo bem, SERÁ? A personalidade de cada membro da família vai sendo mostrada, ao longo do filme, de forma forte pra uns e sutil pra outros...o que dá o tom de suspense e surpresas, MUITAS SURPRESAS! Eu mesma, q amo filmes desse gênero, fiquei chocada com cada revelação que ocorria com os envolvimentos dos personagens e nas personalidade deles, não imaginava tal desfecho pra certos personagens e, esses desfechos se concretizam até o último segundo do filme, o que não é uma tarefa nada fácil pra um filme de suspense manter as surpresas escondidas até o momento em q aparecem os créditos finais! Uma das surpresa é: QUEM SERÁ O FAMOSO CORINGA QUE VAI SUJAR ESSA CANASTRA? 

Atuações brilhantes de todos do elenco, em especial Marco Ricca, Adriana Esteves, Pedro Nercessian, Bianca Bin e Cacá Ottoni. A escolha dos atores pra serem os filhos foi mega acertada. Além do 3 atores estarem brilhantes em seus papéis, Pedro, Bianca e Cacá são parecidos fisicamente, pareciam irmãos de verdade! Parabéns a todos os envolvidos nesse projeto que já é um dos meus filmes preferidos do gênero drama/suspense.

  Irei colocando a partir de 2ª feira - 31/10/16 - fotos e vídeos que fiz do evento.
Taís Almeida Cardoso

Canastra Suja

 Domínio cênico de uma cartada de mestre

24 de outubro de 2016
Filmes são feitos para enganar. Afinal, cinema é mentira. Resta saber se a intenção do realizador é que os personagens enganem o espectador, ou que o filme engane os personagens junto com o público, de modo tão natural que ninguém perceba que foi ludibriado… Ao menos esta é a naturalidade que quase todo realizador almeja, tocando uma emoção verdadeira na plateia, independente de quais artifícios farsescos sejam necessários para tanto. Eis que o diretor Caio Sóh, agora com uma trilha de três longas premiados na carreira, aporta com seu quarto inédito e exclusivo “Canastra Suja”, que, como o nome já diz, acarreta que seus personagens façam parte de um jogo como cartas onde nem eles mesmos nem o espectador sabem qual será a próxima jogada.

Numa história tão intrincada, dizer qualquer coisa a mais sobre a trama poderia prejudicar a experiência da projeção, então bastando adiantar que se trata de uma família disfuncional cercada de enganos, cada membro em autonegação ou escondendo um segredo. A partir daí, o psicológico de cada um será testado, pois não necessariamente o segredo que pensam estar descobrindo uns dos outros pode ser o que de fato está acontecendo em cena. Por isso a própria estrutura do filme é dividida em capítulos como movimentos de um jogo de cartas, e nisto Caio pega uma leve inspiração nos textos de Tenesse Williams para falar dos personagens com psicológicos marginais, que fazem jogos de cena no palco, invertendo quem domina e quem subjuga, como “Gata Em Teto de Zinco Quente” e “Um Bonde Chamado Desejo”, só que aqui Marco Ricca seria a mistura entre Stella e Blanche, e Adriana Esteves é que seria Stanley.
Tudo começa num primeira sequência arrasadora, com uma câmera subjetiva mostrando um personagem incógnito ser recebido de volta num casa partida, com muitas cabeças baixas, não se sabe exatamente o porquê, se de indiferença, arrependimento ou despeito. A trama volta no tempo para mostrar como o patriarca da família evoluiu na superação do alcoolismo, sendo buscado pela esposa e filhos se esforçando para lhe dar suporte emocional numa reunião no AAA. Vale mencionar que os membros da reunião são alcóolatras de verdade em recuperação, com depoimentos reais emocionados e emocionantes, que claramente afetam tanto o personagem quanto seu ator, Marco Ricca, numa cena espontânea e visceral. E este sentimento de identificação do ator com este quase laboratório de interpretação verídico, filmado em cheio, por incrível que pareça não contrasta com o resto da trama ficcional, e sim vem muito a calhar com o processo de projeção do espectador espelhado em seus personagens. O maior trunfo do cineasta é que todos ali na tela poderiam ser como eu e você, falhos e humanos na medida.  Ainda mais para Marco que terá em seu papel um traço Shakespeariano de “Rei Lear”, onde pode começar a enlouquecer pela possibilidade de ser traído por seus filhos, clara metáfora do crescimento quando os jovens desejam declarar uma independência que renega as gerações anteriores…

Com um elenco só de feras, como Adriana Esteves, Marco Ricca, Emilio Orciollo Netto e Milhem Cortaz, é no roteiro que Caio costuma primar seu talento como realizador autoral, porém eis que aqui ele reinventa seu uso de câmera. Se suas raízes são muito fincadas no teatro, o que o fez experimentar com opostos em seus últimos dois filmes pantomímicos, o brilhante “Minutos Atrás” e o lúdico “Por Trás do Céu”, respectivamente com panorâmicas e planos fixos no primeiro e closes e câmera na mão no segundo, desta vez preferiu puxar para uma linguagem mais documental, veraz, para que as reviravoltas fossem ainda mais fluidas e naturais. Esta troca de câmera é crucial para entender a troca de personas em seu elenco. É proposital enganar com quem e como se dá o antagonismo de cada cena, pois a narrativa coral de vários protagonistas espargidos deixa momentos para cada um brilhar. Não só o personagem colossal criado por Marco Ricca, de vários enganos e injustiças que um alcóolatra pode cometer à sua família ou a si mesmo, ou que a sociedade possa cometer com ele, mas também na personagem da matriarca criada por Adriana Esteves. A atriz não só está mudando a face da interpretação na TV com personagens como a da novela “Avenida Brasil” e a minissérie “Justiça”, como no cinema com “Real Beleza” e agora coroando a cereja do bolo em “Canastra Suja”. São tantas camadas quebrando o atual arquétipo de ‘bela, recatada e do lar’ que o talento de Adriana por si só é a epítome da evolução da mulher brasileira no mundo.
Outra característica na carreira do diretor que traz um olhar apurado para a linguagem cinematográfica é a pintura, pois inúmeros enquadramentos possuem movimentos quase como de pinceladas, há de exemplo o travelling em torno da quadra na pracinha onde a garotada vai jogar, numa cena tensa entre o pai, o filho e o espírito santo…quer dizer, o melhor amigo negro do filho, onipresente na trama de várias formas a quebrar estereótipos e colocá-lo na pirâmide social acima do amigo branco desempregado e sem ideais – uma dura crítica à elite branca-masculina-heteronormativa que predomina até os dias de hoje. Ou também advém da pintura as molduras de takes que Caio prioriza para enquadrar as cenas, sempre brincando com a ordem de prioridade entre primeiro e o segundo plano, bem como o extracampo, exemplificado na incrível cena em que se descobre um dos segredos da personagem de Adriana Esteves, onde esta fica bastante vulnerável aos barulhos que vem de fora da casa. Mas é de dentro do lar, com suas portas e janelas, que pode ocorrer o maior dano conforme a câmera se afasta e revela apenas aos poucos o quanto mais havia riscos a correr por um vício…

Enfim, afastando-se da mise-en-scène de tom mais lúdico e teatral dos dois filmes anteriores, acertados na seara circense que resgatava a magia no cinema brasileiro de “Matar ou Correr” ou “Saltimbancos Trapalhões”, Caio retoma a sobriedade das reviravoltas de roteiro e de alma dos personagens urbanos como de sua laureada obra de estreia, “Teus Olhos Meus”. Com a diferença de agora possuir mais credibilidade no meio e, mesmo mantendo uma produção totalmente independente e sem estúdios, apesar dos atores globais que embarcam na amizade da ousadia artística, claramente o diretor alcançar uma maturidade e recursos muito maiores para fazer de “Canastra Suja” um elegante clímax em sua carreira. Melhor do que isso, mantém a tradição de revelar novos talentos ou de ressignificá-los cenicamente como com os jovens Bianca Bin e a revelação Pedro Nercessian. Tanto quanto aproxima os espectadores tão reticentes em ver cinema brasileiro nas telonas com atores conhecidos do grande público, e tramas ágeis e inteligentes, para casar o cinema autoral com o circuito comercial em potencial, que só foi abocanhado pela primeira vez após tanto tempo com o sucesso híbrido do ano passado, “Que Horas Ela Volta?”. Pois agora é a hora e a vez de “Canastra Suja” ser o Coringa que quebrará a banca.

Mostra de São Paulo 2016
Canastra Suja (idem)
Brasil, 2016. 120 min
De Caio Sóh
Com Adriana Esteves, Marco Ricca, Bianca Bin, Pedro Nercessian, Milhem Cortaz, Emilio Orciollo Netto

Avaliação Filippo Pitanga





Adriana irá contracenar com Marco Ricca

Vídeos
1º Teaser

 Vídeo mandando por Raquel Moura do Amaral - Parauapebas (PA)

 

 


Canastra Suja 
 Direção  Caio Sóh
  • Escrito por Caio Sóh
  • Produzido por Movimento Bruto de Cinema / Republica Pureza


    Elenco

    Adriana Esteves - Maria
    Marco Ricca - Batista
    Bianca Bin - Emília
    Pedro Nercessian - Pedro
    Cacá Ottoni - Ritinha























    Foto de Bastidores com a presença de Tom Karabachian com microfone na mão, em frente à Adriana. Ele é afilhado da Adri e do Marco e foi visitar os padrinhos nos bastidores.
















    Adriana Esteves vive par com Marco Ricca no filme ‘Canastra suja’

    Mal encerrou seus trabalhos em “Babilônia e Adriana Esteves já está de volta ao batente. Desta vez, no cinema. A atriz é protagonista do filme “Canastra Suja”, de Caio Soh, ao lado do ex, Marco Ricca.
    Os dois, que não trabalham juntos desde 2003, quando fizeram parte do elenco de “Kubanacan”, vivem marido e mulher no longa, que começou a ser rodado essa semana no subúrbio do Rio. Enquanto isso, Vladimir Brichta, o atual companheiro de Adriana, começa a dar vida ao palhaço Bozo no longa “O rei das Manhãs”.
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    Na trama dirigida por Caio, uma família do subúrbio carioca é regida por Batista, um pai que usa dos piores meios para não perder o comando sobre a mulher e os filhos, interpretados por Caca Otoni, Bianca Bin e Pedro Nercesian.


     Foto do Insta de Caio Soh, mandada por
    Mariana Lourenço Redondo - Lisboa (Portugal)
 O filme “Canastra Suja” está profundamente ligado a certa noção de trágico, tanto pela perspectiva pessimista com que a vida é retratada no convívio familiar quanto pelo final de queda a que suas personagens estão sujeitas.
Para isso, o filme utiliza os conceitos filosóficos de trágico, vinculando-os à estrutura de tragédia moderna,representada em uma reflexão dramática sobre o mistério da bondade humana.


Uma família do subúrbio carioca é regida por Batista, um pai imponderado que usa dos piores meios para não perder o comando da família. Diante dessa opressora conduta do patriarca, todos da casa acabam desandando suas vidas, optando por caminhos subversivos para manter o convívio ou, se livrar dele de vez.


Despedida - último dia de filmagens (05/10/15)

As Meninas
Tiradentes
O Trapalhão e a Luz Azul

Um comentário:

  1. ...tive a oportunidade de conhecer este elenco maravilhoso!! e não só eles ...toda essa equipe de "gente bonita de alma !!" . obrigada por acreditar que eu poderia ajudar!!! SUCESSO!!SUCESSO!! SUCESSO!!!
    Val

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